sábado, 6 de setembro de 2008

Odisséia

Estava alegre apesar da apreensão e tristeza que permearam os dias que antecederam a viagem. Apesar do desconhecido a minha espera, sentia-me preparada para ele.
O dia foi estranho, quase não pensava em nada, sei lá, não tinha saudade de casa nem muita empolgação com a novidade, parecia que tava indo cumprir um destino e pronto!
Mais uma obrigação profissional talvez; mas não era isso, o destino não se busca, simplesmente chega.
É estranho porque pensei que quando chegasse esse momento ficaria muitíssimo radiante, pelo evento em si, mas não; fiquei feliz com o que isso pode vir a significar e significa na minha vida, mas não pelo simples fato de vir.
Era uma sensação de quebra, de que talvez eu estivesse deixando de realizar coisas que talvez fossem prioridade nesse momento da minha vida, mas ao mesmo tempo era o anuncio de que minha vez tinha chegado e que não tinha mais como voltar atrás.
Até São Paulo tudo bem, depois da facada de nove reais num cartão telefônico, a in-surpresa no check-in da American Airlines:
- Sua mala passou por algum lugar de sua casa ate o aeroporto? Como se ela pudesse ir dar um rolé sem mim, franzi a testa e disse que nao.
Logo soube que se tratava de um dos trezentos procedimentos de segurança pelo qual eu passaria ate a apreensão do meu quik de morango, em Dallas.


era de caixinha mas serve pra ilustrar


Ah e ainda teve as seis horas de espera pra conexão, que de tão enfadonha esqueci de mencionar. Nessas pequenas horas, a única coisa que me chamou atenção é que o aeroporto de Guarulhos parecia uma coisa tão banal na vida dos paulistanos, que tinha mais era cara de rodoviária.
De São Paulo ate Dallas foi chão (ou nuvem)… a contar de meia-noite foram nove horas de sono mal-dormido no assento irreclinável da segunda classe. Chegando lá, o relógio ainda queria me convencer de que eram sete da matina. Mas não adianta, eu estava perfeitamente lúcida, sem álcool, sonho ou qualquer alucinógeno: foram exatas NOVEMALDORMIDASHORAS…
Antes do desembarque em solo ianque, a “simpática” aeromoça logo quis me dar uma breve demonstração da “politesse americana” quando pedi licença pra voltar ao meu assento apos uma visita à cabine dos dejetos, ao que sem entender palavra, respondi ficando quietinha esperando pacientemente ela sair da minha frente.
Do alto, a cidade parecia irritantemente planejada, dividida com uma precisão inimaginável na Soterópolis. Era possível ver de perto os famosos "blocks" dos quais ate entao só tinha ouvido falar nas aulas de “giving directions” do curso de inglês.
Após a odisséia alfandegária ate a apreensão do quik, sigo para a revista de corpo e bagagem de mão. Embalo os líquidos e gel num saco plástico, boto os sapatos na bandeja e atravesso o portal detector de metais rumo ao “paraíso”.

Ufa! Terrorista é ninja!!!!!!!!

Ops! Não sei se devia ter escrito essa palavra.

Continua…

11 comentários:

i.s. disse...

Apreenderam um quick de morango?!rsrsrs
Para a alta inteligência dos setores de segurança estadunidense, por trás daquela lata, talvez houvesse algum coelhinho de Donnie Darko:"Não é bom confiar nessa 'tupiniquim'!"

Tati disse...

pois e! nao se deve confiar em alguem dos tropicos. kkkkkk

Unknown disse...

Nossa Tati! A viagem começou bem hein?!

Não me segurei e desabei numa gargalhada!!! "Quick de morango" apreendido é F...

POR FAVOR, continua c/ esse BLOG irônico e super divertido!!! Ele será um dos meus passatempos preferidos, além de saber notícias suas, é claro!

Beijos!

Unknown disse...

Continua com o blog.
Só uma sugestão: Antropological blues é mais ludico para o nome.

Team Tati!
o/

Anônimo disse...

Você bem sabe que sou chatissimo com esse lance de escrita. Mas cá vc assume, sem surpresa pra mim, mais um dos seus todos e tantos talentos...Ficou mesmo muito boa a Crônica (acho que é uma crônica), o texto que seja. Ah e acho que aqui não vai contaminação alguma quanto ao meu amor, porém se vai vai pq é inevitável...falar de vc e não e não ir no que eu diga o contágio do meu carinho. Mas a paixão tudo justifica. Sendo como seja. Ta foda o texto, humor, escrita leveza e o final tá genial. vc é foda. E eu sou seu Fã.

beijos

Anônimo disse...

Muuuuuuuuuuuuuuuito porreta, pra usar o baianês que tanto gosto. Achei fabulosa sua narrativa. É como se eu pudesse presenciar o cenário tão bem descrito...
Sugiro q o transforme num livro... Vai ficar muito legal!

A galera aí é meio pirada... Será q acharam q vc ia esconder uma porra qualquer na lata? Vá entender....

Elvis

Unknown disse...

Nem posso falar tão mal dos estadunidenses porque afinal são meus patrões, mas apreender um quick, produto de uma empresa multinacional, que certamente eles conhecem muito bem aí, é foda! A paranóia terrorista tá pior do que é o que é mostrado na mídia. Não sou muito fã de blogs, mas admito que é bem melhor do que ficar contando a mesma história n vezes.

Jeanne Muniz disse...

Confesso q adorava te ver as terças e quintas na Uneb, mas ler os seus posts me dá a exata sensação de estar aí do seu lado... continue!!! Estarei aqui.

Unknown disse...

Tatiiiiiiiiiiiiiiii
Q massaaaaaaaaa
a forma como vc coloca as coisas faz tudo paracer muito hilário!!!
Olha, o que vale é a experiência e acredite, td q vc ta vivendo aí, até os momentozinhos que vc acredita muito insignificantes, vão te proporcionar um aprendizado maravilhoso!!!!
Me identifiquei com o comentário sobre o aeroporto de guarulhos, eu tb achei a msma coisa. rsrsrs e as váááárias horas mal dormidas no airplane.... sei bem como é isso (passei 11 horas numa cadeira não mto diferente da sua)vem ká, cê num chegou com gases naum? kkkkkkkkkkkk
Eu cheguei!
Bjos saudades!!!!
Ass. Milka

Anônimo disse...

Amiga amei ... vou sempre acompanhar suas historias ... Fantasticoooooooo... beijos
Claudia

N.O.S. disse...

Caramba!! Sensacional. Ri muito com suas ironias.

abraço,
Natelson