Ainda que nenhum sinal de leitura do primeiro capítulo da minha saga californiana, estou de volta para, aos poucos, satisfazer a curiosidade dos meus hipotéticos leitores.
Pois bem, o dito-cujo se estressou com minha cara quando, numa conversa que pensei que fosse de grupo - já que estávamos eu, minha colega e o avô - eu virava em direçao a minha colega enquanto o coroa falava. Como quando nas conversas informais, todos falamos de uma só vez e não fixamos o olhar em só um interlocutor sabem???? Pois é, o velhote me passou um corretivo dizendo que quando alguém falasse comigo que eu não podia olhar pra outra pessoa porque eu estaria sendo rude. Eu encarei a situção na tranquila, como uma sugestão de comportamento que eu podia acatar ou não. Tornei a segunda e o criaturo não perdoou: "olhe aí você fazendo de novo". Não deixei que a situação estragasse minha noite. Aliás tava tão bem nesse dia que o percalço passaria despercebido se não fosse a tensão de minha colega em achar que o avô estava tratando mal sua convidada. Enquanto o dito-cujo saiu pra ir buscar a "namorada" - uma sessentona que insistia em manter a pose de que tava tudo em cima - foi a hora da resenha. Glynnyale, inconformada com a tentativa civilizadora do avô, puxa conversa querendo saber o que eu achava da atitude dele. Disse que não achei nada demais, só uma rabujentice de um sujeito mais velho tentando ensinar bons modos aos mais moços desavisados. Ou então, a expectativa de alguém proveniente de uma classe social superior à minha com a expectativa de que eu tivesse os mesmos modos que ele. Depois até me passou pela cabeça a possibilidade de algum trauma racial. Sei lá, às vezes passam coisas na cabeça desses ativistas raciais - o que era o caso dele no passado - que a nossa vã filosofia não alcança. (Talvez que uma quase branca estivesse destratando ou sendo rude porque ele era negro, vai saber!!!)
Chegando no hotel a resenha continua. Glynnyale liga pra mãe e o percalço da noite repercute, já que qualquer fato era tema de relatório para compartilhar as experiências dela com uma Native Brasilian. Relatando o episódio para a mãe, ela chama atenção para a minha postura e reação positiva, dizendo que procedi a uma análise antropológica do constrangimento e não me senti tão desconfortável.
Outro tema pra resenha foi o namorico do avô. Minha colega não vai muito com a cara da vódrasta e então começamos a falar da pobre mulher... Disse que tinha ido com a cara dela, que era simpática etc, que só não tinha gostado do cabelo - lembram daqueles cabelos armados à laquê das misses dos anos 20 ou 40, com um leve topogã no lugar da franja - pois tal era a paisagem... - isso foi motivo pra gargalhada e telefonema pra mãe no meio da madrugada porque o tal cabelo já era tema de piada interna na família e eu estava alinhadíssima com o veneno que escorria contra a pobre criatura.
Assim termina a segunda noite em São Francisco...
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2 comentários:
Assim que se descobre já ser membro honorário da família! =D
Rafael
Amiga, que resenha...kkkkkk...vc vai ter muitas estorias pra contar pros seus netos...bjos!
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