quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

12 dias na California - Parte 1

Cá estou eu mais uma vez após longo período de ausência. Mas o motivo foi justo: 12 dias na Califórnia. Pois é meus caros, sempre tive curiosidade de ver a Golden Gate de perto, mas nem me passou pela cabeça dar uma passadinha em São Francisco durante minha estada por aqui. Não fosse a Ameriacan Anthropological Association Meeting (AAA)- essa sigla faz lembrar alguma coisa: seria Antropólogos Alienados Anônimos? só o decorrer do congresso me diria - não teria pisado meus pésinhos nessa terra tão linda.
Viagem com obrigações profissionais dar um sabor a mais... dá justificativa para o investimento de tempo e dinheiro; não somente lazer e diversão que a herança paterna sempre fez questão de lembrar que deve vir em último plano. Graças a Deus estou me libertando disso e o hedonismo tem-se feito mais presente na minha vida nos últimos anos. Mas para além das digressões psico-traumáticas, voltemos à C-A-L-I. Esse é o apelido carinhoso pra Velha Califórnia. Cheguei em São Francisco 18 de novembro onde fiquei de encontrar a criatura que me suportaria nesses 12 dias. Cheguei no aeroporto. A peste não atende o celular. Minha primeira incursão solitária em outro estado americano. Pequeno frio na barriga, mas sem tempo pro desespero, tinha todas as informações necessárias pra chegar ao meu destino e finalmente a criatura atendeu o telefone, já desesperada porque tinha perdido minha chamada. Família toda em estado de alerta!
Desembolsei meus 16 dólares de traslado pro hotel e cheguei íntegra!
Sem muito ânimo pra mais nada - depois de tantas horas de viagem - fui procurar alguma coisa pra comer e voltei pro hotel.
Detalhe: o hotel pra os três primeiros dias foi cortesia da mami da colega, uma saleswoman bem relacionada que conseguiu a tal proeza, for free, num hotel no centro da cidade, que ficava há três blocos do hotel onde aconteceriam as conferência.
Minha colega me acompanharia no congresso sem ter feito inscrição nem nada.Já tínhamos o plano para qualquer interpelação: ela se passaria por minha intérprete.
Mas nem foi necessário colocar o plano em prática. Parece que o acesso a essas reuniões aqui é democrático, sem a neurose dos cerimoniais brasileiros que só falta pedir certidão de nascimento e antecedentes criminais pra deixar um penetra assistir uma palestrazinha.
No primeiro dia de reunião - depois de uma água suja que eles chamavam de café e um pão com ovo - fui assistir um workshop que apesar de girar em torno da ladainha acerca da teoria e prática antropológica e dos queixumes dos profissionais que correm o risco de morrer de fome se não pegar uma ponta na academia foi muito interesssante; uma revisão das contribuições teóricas da Antropologia (Taylor, Frazer, Geertz e cia) e contato com as queixas dos antropólogos made in USA acerca do campo profissional.
De tarde foi a hora do turismo. Intervalo que eu me dei pra dar uma olhada na cidade, porque se fizesse vontade a AAA ficaria na reunião todos os dias da 8 da manhã às 10 da noite.
Fui ao Pier 39, onde almocei num restaurante temático interessante baseado no filme Forrest Gump. Quando queríamos atendimento dos garçons sinalizavamos com uma plaquinha onde tinha escrito STOP FORREST STOP. Quando queríamos que eles caíssem fora era só virar a plaquinha onde se lia RUN FORREST RUN. Legal! Poupa-nos do inconveniente de toda hora dizer que tá tudo bem e que não precisamos de mais nada ou de ter que ficar gritando o garçon pelo restaurante. Depois foi a vez das fotos e do consumismo desenfreado nas lojas dos souvernirs.
Depois voltamos pro Hilton, pra assistir mais uma sessão de palestras e mais tarde mais uma cortesia da família: jantar com o avô da colega num restaurante ultra-chic ao som do piano, onde os pratos custavam de 13 dólares pra cima. Provei pela primeira vez a apple pie.
Percalço: tensão!!! Meus modos tupiniquins desagradaram o avô da criatura.
Por hora deixo vocês na curiosidade...

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