sábado, 6 de dezembro de 2008

Tensões culturais, geracionais ou eu sou mal educada mesmo?????????

Ainda que nenhum sinal de leitura do primeiro capítulo da minha saga californiana, estou de volta para, aos poucos, satisfazer a curiosidade dos meus hipotéticos leitores.
Pois bem, o dito-cujo se estressou com minha cara quando, numa conversa que pensei que fosse de grupo - já que estávamos eu, minha colega e o avô - eu virava em direçao a minha colega enquanto o coroa falava. Como quando nas conversas informais, todos falamos de uma só vez e não fixamos o olhar em só um interlocutor sabem???? Pois é, o velhote me passou um corretivo dizendo que quando alguém falasse comigo que eu não podia olhar pra outra pessoa porque eu estaria sendo rude. Eu encarei a situção na tranquila, como uma sugestão de comportamento que eu podia acatar ou não. Tornei a segunda e o criaturo não perdoou: "olhe aí você fazendo de novo". Não deixei que a situação estragasse minha noite. Aliás tava tão bem nesse dia que o percalço passaria despercebido se não fosse a tensão de minha colega em achar que o avô estava tratando mal sua convidada. Enquanto o dito-cujo saiu pra ir buscar a "namorada" - uma sessentona que insistia em manter a pose de que tava tudo em cima - foi a hora da resenha. Glynnyale, inconformada com a tentativa civilizadora do avô, puxa conversa querendo saber o que eu achava da atitude dele. Disse que não achei nada demais, só uma rabujentice de um sujeito mais velho tentando ensinar bons modos aos mais moços desavisados. Ou então, a expectativa de alguém proveniente de uma classe social superior à minha com a expectativa de que eu tivesse os mesmos modos que ele. Depois até me passou pela cabeça a possibilidade de algum trauma racial. Sei lá, às vezes passam coisas na cabeça desses ativistas raciais - o que era o caso dele no passado - que a nossa vã filosofia não alcança. (Talvez que uma quase branca estivesse destratando ou sendo rude porque ele era negro, vai saber!!!)
Chegando no hotel a resenha continua. Glynnyale liga pra mãe e o percalço da noite repercute, já que qualquer fato era tema de relatório para compartilhar as experiências dela com uma Native Brasilian. Relatando o episódio para a mãe, ela chama atenção para a minha postura e reação positiva, dizendo que procedi a uma análise antropológica do constrangimento e não me senti tão desconfortável.
Outro tema pra resenha foi o namorico do avô. Minha colega não vai muito com a cara da vódrasta e então começamos a falar da pobre mulher... Disse que tinha ido com a cara dela, que era simpática etc, que só não tinha gostado do cabelo - lembram daqueles cabelos armados à laquê das misses dos anos 20 ou 40, com um leve topogã no lugar da franja - pois tal era a paisagem... - isso foi motivo pra gargalhada e telefonema pra mãe no meio da madrugada porque o tal cabelo já era tema de piada interna na família e eu estava alinhadíssima com o veneno que escorria contra a pobre criatura.
Assim termina a segunda noite em São Francisco...

2 comentários:

Anônimo disse...

Assim que se descobre já ser membro honorário da família! =D

Rafael

Anônimo disse...

Amiga, que resenha...kkkkkk...vc vai ter muitas estorias pra contar pros seus netos...bjos!